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Raphael Marcio

Fluidodinâmica computacional: Dimensões faríngeas nas fissuras labiopalatinas

Atualizado: 15 de mai. de 2021

Sejam bem-vindos ao meu fórum, aqui escrevo de tudo um pouco e nesse momento daremos atenção a um estudo que diz sobre a relação das alterações nas dimensões faríngeas e a apneia obstrutiva do sonos nas fissuras orofaciais.

"As alterações anatômicas que ocorrem na fissura ou a consequência das cirurgias realizadas durante o processo de reabilitação podem provocar a redução da dimensão das vias aéreas superiores e consequentemente sendo um risco para a ocorrência de desordens do sono incluindo a apneia obstrutiva do sono."


Avaliando pessoas de meia idade com fissura reparada com e sem cirurgia para retalho de faríngeo, Campos et al. observou que pessoas com fissura possuíam apneia obstrutiva do sono.

Concluindo que o retalho faríngeo é fator predisponente à apneia obstrutiva do sono por ser um fator obstrutivo e outras alterações nas vias aéreas superiores superiores.


As discrepâncias maxilomandibulares ocorrem como consequência das cirurgias plásticas primárias e de forma paradoxal, estão associadas à hipoplasia maxilar.

O desenvolvimento craniofacial conduz para um perfil côncavo, caracterizado pela maloclusão classe III.


O objetivo do estudo foi avaliar a dimensão faíngea tridimensional de adultos com fissura labiopalatina e maloclusão classe III, e observar se os indivíduos com fissura possuem o volume faríngeo significatimanete menor que o grupo controle sem fissura com o mesmo tipo de discrep6ancia diagnosticados pelo exame de polissonografia.


Hipótese


A ocorrência da epneia obstrutiva do sono pode estar relacionada em indivíduos com fissura labiopalatina e maloclusão classe III devido ao aumento do colapso faríngeo.




Materiais e métodos


Critérios de inclusão:

Pacientes com fissura reparada não sindrômicos com maloclusão classe III entre 20 a 29 anos agendados para cirurgia ortognática.


Critérios de exclusão:

Obesidade,

Ter realizado retalho faríngeo para correção da fala.


Ao todo foram selecionados 21 indivíduos que já tinham realizado tomografia computadorizada cone bean, com planejamento para a cirurgia ortognática já realziado e estando no máximo à três dias da mesma.

Todos os participantes tiveram altura e peso mensurados para o cálculo do índice de massa corporal, assim como a aferição da circunferência do pescoço e abdômen.


Análise dos resultados


Classificação dos eventos respiratórios de acordo com a American Academy of Sleep Medicine (AASM).

No Apneia-hypopnea index (AHI), valores acima de 5 eventos por hora de sono foram considerados apneia obstrutiva do sono (AOS).


Na presença de AOS, foi considerado:

Leve (AOS = 5-14,9/h),

Moderada (AOS = 15-29,9/h)

Grave (AOS > 30/h).


Resultados

Dos 21 indivíduos analisados, 6(29%) apresentaram AOS classificada em 5 (83%) como leve 1 (17%) como moderada.


A menor área vista em corte axial na TC em indivíduos sem AOS foi na:


Nasofaringe 1 (7%),

Hipofaringe 4 (27%),

Orofaringe 10 (66%).


A menor área vista em corte axial na TC em indivíduos com AOS foi na:

Nasofaringe 1 (17%),

Hipofaringe 1 (17%),

Orofaringe 4 (66%).




Discussão

Indivíduos com fissura de lábio e palato com maloclusão classe III, o volume das vias aéreas e em particular a região da orofaringe é significativamente reduzida nos pacientes com AOS, confirmando a hipótese inicial.

Inúmeros estudos mostraram que pacientes com maloclusão classe II com retrusão mandibular apresentam dimensão faríngea reduzida quando comparado a indivíduos com maloclusão classe I ou III.

Sendo o oposto que se mostra nas fissuras labiopalatinas, por na maioria dos casos, se tratar de um falso classe III devido a retrusão maxilar e não protusão mandibular.


Importante ressaltar

A ausência de diferenças significantes entre os grupos se deve ao tamanho da amostra analisado.


Conclusão

Os indivíduos com fissura de lábio e palato reparados com má oclusão classe III e AOS apresentaram as vias aéreas superiores significantemente reduzidas em comparação com os indivíduos sem AOS, especialmente na região da orofaringe.


** A Fluidodinâmica Computacional (CFD) consiste em um conjunto de ferramentas e técnicas usadas na análise de sistemas envolvendo escoamento de fluidos, transferência de calor e massa e fenômenos associados, como reações químicas, através de simulação numérica.

(Versteeg e Malalasekera, 2007)



Gostou? Tem alguma sugestão de tema?

Envie um e-mail para raphaelmarcio@yahoo.com.br e deixe a sua contribuição!



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