Sejam bem-vindos ao meu fórum, aqui escrevo de tudo um pouco e nesse momento daremos atenção a um estudo que diz sobre a relação das alterações nas dimensões faríngeas e a apneia obstrutiva do sonos nas fissuras orofaciais.
"As alterações anatômicas que ocorrem na fissura ou a consequência das cirurgias realizadas durante o processo de reabilitação podem provocar a redução da dimensão das vias aéreas superiores e consequentemente sendo um risco para a ocorrência de desordens do sono incluindo a apneia obstrutiva do sono."
Avaliando pessoas de meia idade com fissura reparada com e sem cirurgia para retalho de faríngeo, Campos et al. observou que pessoas com fissura possuíam apneia obstrutiva do sono.
Concluindo que o retalho faríngeo é fator predisponente à apneia obstrutiva do sono por ser um fator obstrutivo e outras alterações nas vias aéreas superiores superiores.
As discrepâncias maxilomandibulares ocorrem como consequência das cirurgias plásticas primárias e de forma paradoxal, estão associadas à hipoplasia maxilar.
O desenvolvimento craniofacial conduz para um perfil côncavo, caracterizado pela maloclusão classe III.
O objetivo do estudo foi avaliar a dimensão faíngea tridimensional de adultos com fissura labiopalatina e maloclusão classe III, e observar se os indivíduos com fissura possuem o volume faríngeo significatimanete menor que o grupo controle sem fissura com o mesmo tipo de discrep6ancia diagnosticados pelo exame de polissonografia.
Hipótese
A ocorrência da epneia obstrutiva do sono pode estar relacionada em indivíduos com fissura labiopalatina e maloclusão classe III devido ao aumento do colapso faríngeo.
Materiais e métodos
Critérios de inclusão:
Pacientes com fissura reparada não sindrômicos com maloclusão classe III entre 20 a 29 anos agendados para cirurgia ortognática.
Critérios de exclusão:
Obesidade,
Ter realizado retalho faríngeo para correção da fala.
Ao todo foram selecionados 21 indivíduos que já tinham realizado tomografia computadorizada cone bean, com planejamento para a cirurgia ortognática já realziado e estando no máximo à três dias da mesma.
Todos os participantes tiveram altura e peso mensurados para o cálculo do índice de massa corporal, assim como a aferição da circunferência do pescoço e abdômen.
Análise dos resultados
Classificação dos eventos respiratórios de acordo com a American Academy of Sleep Medicine (AASM).
No Apneia-hypopnea index (AHI), valores acima de 5 eventos por hora de sono foram considerados apneia obstrutiva do sono (AOS).
Na presença de AOS, foi considerado:
Leve (AOS = 5-14,9/h),
Moderada (AOS = 15-29,9/h)
Grave (AOS > 30/h).
Resultados
Dos 21 indivíduos analisados, 6(29%) apresentaram AOS classificada em 5 (83%) como leve 1 (17%) como moderada.
A menor área vista em corte axial na TC em indivíduos sem AOS foi na:
Nasofaringe 1 (7%),
Hipofaringe 4 (27%),
Orofaringe 10 (66%).
A menor área vista em corte axial na TC em indivíduos com AOS foi na:
Nasofaringe 1 (17%),
Hipofaringe 1 (17%),
Orofaringe 4 (66%).
Discussão
Indivíduos com fissura de lábio e palato com maloclusão classe III, o volume das vias aéreas e em particular a região da orofaringe é significativamente reduzida nos pacientes com AOS, confirmando a hipótese inicial.
Inúmeros estudos mostraram que pacientes com maloclusão classe II com retrusão mandibular apresentam dimensão faríngea reduzida quando comparado a indivíduos com maloclusão classe I ou III.
Sendo o oposto que se mostra nas fissuras labiopalatinas, por na maioria dos casos, se tratar de um falso classe III devido a retrusão maxilar e não protusão mandibular.
Importante ressaltar
A ausência de diferenças significantes entre os grupos se deve ao tamanho da amostra analisado.
Conclusão
Os indivíduos com fissura de lábio e palato reparados com má oclusão classe III e AOS apresentaram as vias aéreas superiores significantemente reduzidas em comparação com os indivíduos sem AOS, especialmente na região da orofaringe.
** A Fluidodinâmica Computacional (CFD) consiste em um conjunto de ferramentas e técnicas usadas na análise de sistemas envolvendo escoamento de fluidos, transferência de calor e massa e fenômenos associados, como reações químicas, através de simulação numérica.
(Versteeg e Malalasekera, 2007)
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